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VAGAR,

UMA OUTRA
ARTE
DE EXISTÊNCIA

Queremos afirmar o VAGAR como uma outra arte de existência para a Humanidade. Porque acreditamos que a criatividade do povo alentejano, o seu modo de ser e de viver podem contribuir para encontrar soluções sustentáveis, inclusivas e belas para os principais desafios que enfrentamos enquanto europeus.

Évora 2027

Em 2027, Évora, e o Alentejo, serão Capital Europeia da Cultura. Ao receber o título, Évora representará Portugal no maior evento cultural da Europa.

Em Évora, e no Alentejo, ao longo de uma história feita de resiliência social, cultural e também económica, construímos um outro modo de viver e de estar, de olhar para nós, para os outros e para o Universo. Chamamos-lhe VAGAR.

O vagar alentejano é a consciência plena de que nós, enquanto humanos, estamos sempre em relação com tudo o que nos rodeia. Uma consciência que questiona a nossa posição de dominância, e que implica coexistência, coevolução, contenção, criação e construção, espaço e tempo, memória e coletivo, assim como resiliência e tensão.

A partir desta consciência, que é também experiência e identidade, queremos transformar Évora num laboratório vivo, onde fervilham ideias e soluções para o futuro da Humanidade. Um lugar que une os europeus para refletir sobre a nossa posição no mundo. Um lugar que questiona, provoca, testa modelos e partilha soluções para um futuro melhor na Europa e no mundo.

De agora até 2027 e mais além, queremos elevar o VAGAR alentejano, afirmando-o como uma outra arte de existência para a Humanidade. Este modo de ser e de viver, estas práticas que existem desde sempre no Alentejo, podem ajudar-nos a questionar paradigmas, a pensar novos modelos, e nesse sentido podem ser a resposta de futuro de que a Humanidade precisa. Nesse impulso, queremos reabrir Évora, e o Alentejo, ao resto do continente europeu e do mundo, dando voz e visibilidade a este território e às suas comunidades, empoderando-o e projetando-o como um lugar relevante para o futuro.

Neste processo/movimento, queremos contribuir com soluções para os desafios Europeus contemporâneos, desenvolvendo colaborações culturais sustentáveis a nível regional, nacional e internacional, e estimulando o desenvolvimento social, cultural e económico.

Alicerçado em três linhas temáticas – Tempo, Espaço e Matéria – o programa cultural e artístico de Évora 2027 cruza a arte e a ciência, artistas e públicos, local e global, para lançar questões urgentes sobre o futuro da Humanidade, a partir do conceito de VAGAR, e do seu desdobramento em múltiplas dimensões. Reconhecendo a cultura que existe no Alentejo, o programa apresentado em bid book inclui vários projetos, e prevê ainda a possibilidade de integrar outros, desenhados para pôr em relação, unindo artistas e investigadores, internacional e nacional, criadores e comunidades, partindo da região para dialogar com a Europa e com mundo. Entre os princípios que inspiram a estratégia do programa cultural e artístico de Évora 2027, está a ideia de que menos é mais, privilegiando a qualidade sobre a quantidade; a sustentabilidade, enquanto contenção e cooperação, enfatizando a diversidade cultural da Europa e promovendo a inclusão e a solidariedade; a ideia de abrir tempo e espaço para a criação, criando as condições para a reflexão e o pensamento; a união do tradicional com o contemporâneo e o desafio de repensar o património; o cruzamento entre a ciência e a arte, e a ligação dos diferentes domínios da arte à transição tecnológica, ambiental e social; o desafio de derrubar barreiras, promovendo as colaborações artísticas no encontro de várias escalas (local, nacional e internacional), levando o VAGAR mais longe para testar todo o seu potencial.

Ser Capital Europeia da Cultura

Ser Capital Europeia da Cultura significa, para as cidades escolhidas, a oportunidade de reforçar o sentido de comunidade e de pertença, de se regenerar e requalificar, e através da cultura, impulsionar a economia local e a construção de um futuro comum. Permite aprofundar o significado de diversidade, revelar o que nos torna únicos, mas também o que nos liga enquanto europeus.

Em 2027, Évora representará Portugal como Capital Europeia da Cultura. É a quarta vez que uma cidade portuguesa recebe o título, depois de Lisboa, Porto e Guimarães. Para além de Évora, a cidade de Liepāja, na Letónia, será Capital Europeia da Cultura em 2027.

Quando foi criada, em 1985, por iniciativa da Ministra da Cultura grega Melina Mercouri, a Capital Europeia da Cultura era, sobretudo, uma celebração das artes, com a duração de um ano, na cidade que recebia o título. Nasceu com o objetivo de celebrar a diversidade cultural da Europa, e ao mesmo tempo destacar os valores que nos unem enquanto europeus. Mas hoje aquela que é uma das iniciativas mais emblemáticas da União Europeia é muito mais do que isso. É uma oportunidade para se assumir a cultura como motor de mudança das cidades e da vida dos seus habitantes. Um processo de transformação que se deseja gerador de um impacto duradouro, que extravase, em muito, a esfera cultural.

Por isso, este projeto europeu está longe de valorizar apenas o ano do título, desafiando as cidades candidatas a pensarem, e a pensarem-se, para além desse marco temporal. Qualquer cidade candidata tem de desenvolver e implementar gradualmente ações estruturantes, traduzidas numa estratégia cultural de cidade, enquadrada num compromisso de longa duração. No caso de Évora, este desafio está materializado na estratégia “Évora 2030”.

Durante muito tempo, a cidade distinguida com o título de Capital Europeia da Cultura era proposta pelo governo de cada país, mas atualmente qualquer cidade pode iniciar o processo de candidatura por iniciativa própria. A escolha da cidade vencedora é feita por um júri composto por doze peritos independentes, dez dos quais nomeados por instituições e órgãos europeus e dois membros nomeados pelo Ministério da Cultura português.

Pela primeira vez, em Portugal, 12 cidades concorreram ao título, num processo que culminou com a seleção de Évora para Capital Europeia da Cultura em 2027, uma decisão anunciada a 07 de dezembro de 2022, em Lisboa.

Num processo de seleção longo e complexo, iniciado em 2020, dividido em duas fases, cada cidade candidata apresentou o seu dossiê de candidatura (bid book), contendo a proposta de transformação que desejava implementar até 2027, tendo sido selecionadas quatro cidades finalistas: Évora, Aveiro, Braga e Ponta Delgada. Numa segunda fase, as cidades selecionadas trabalharam numa segunda versão, revista e aprofundada, do bid book, tendo em conta as recomendações do júri e os desenvolvimentos da candidatura. Depois de visitar as quatro cidades finalistas – em Évora, recebemos o júri a 28 de novembro de 2022 – e de uma audiência final com cada uma das cidades candidatas, a decisão final, atribuía a Évora o título de Capital Europeia da Cultura em 2027.

Concluído o processo de seleção, em dezembro de 2022, o Ministério da Cultura português anunciava a criação da Capital Portuguesa da Cultura. Entre 2024 e 2027, as três cidades que, com Évora, chegaram à fase final da candidatura serão as primeiras cidades a receber a iniciativa: Aveiro em 2024, Braga em 2025 e Ponta Delgada em 2026.

Seguindo em frente na rota de ser Capital Europeia da Cultura,
Évora é 2027 e mais além.